BRIGA PÚBLICA
- Gustavo Campello
- 6 de set. de 2010
- 2 min de leitura

- Eu não aguento mais isso – dizia o cara.
Vitor estava indo para a casa de Beatriz, já era noite, em uma esquina este cara estava discutindo com sua futura ex-namorada no telefone celular.
- Pelo amor de Deus – dizia o cara gritando – eu não aguento mais isso!
Vitor achou a situação do cara engraçada, parou ali na esquina e ficou escutando a conversa.
- Eu não comi ela! – o cara nem tinha percebido a presença de Vitor ali, olhando para ele – Se eu tivesse comido eu dizia!
“Claro”, pensou Vitor, “E eu sou o Papa!”
- É o jeito dela! – Vitor deu uma risada e o cara percebeu que tinha alguém de plateia – Que foi seu filho da puta? Nunca viu não?
- Ah – respondeu – Continua, não deixa a mina na linha!
- Calma! – disse ele pra namorada – Tem um cara aqui tirando onda comigo ouvindo nossa conversa!
- Se eu quisesse tirar onda com alguém – disse Vitor segurando o riso – com certeza você seria o primeiro, amigo!
- Qualé a sua hein?
- Qualé a minha?
- É!
- Não sou eu que estou gritando no meio da rua dando explicações pra namorada em um telefone celular, qualquer um pode parar e ouvir – Vitor não acreditava no sujeito, lembrou do passado e de como já esteve no lugar dele – Eu que pergunto, qualé a sua?!
- Eu vou desligar o telefone um minutinho – o cara ficou roxo de raiva e disse – não, porra! Não é outra mulher que está aqui!
Vitor riu mais ainda deixando o sujeito numa situação bem comprometedora.
- Tá rindo do que?
- De você!
- Porque?
- Você tá ridículo! Manda ela ir se ferrar!
- Mas eu gosto dela!
- Problema seu – Vitor ficou sério e disse – tá na cara que ela não gosta de você!
Vitor foi embora, o cara já não tinha mais tanta graça, só esperava que suas palavras pelo menos o tivessem ajudado um pouco, bem... isso ele nunca iria saber.
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