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Feliz Natal, Canalhas!



Então é Natal…


Fiquei pensando esses dias como é que a gente explica isso para um alienígena – “é o nascimento do filho de Deus…” - que é tipo um cara que criou tudo, inclusive eu e vocês – “daí tem esse cara gordo vestido de vermelho que viaja em uns animais voadores e entrega presentes” – é isso mesmo que vocês ouviram – “O que tem haver uma coisa com a outra?”…


E foi assim que passei a semana pensando no que Deus tem haver com o Papai Noel, porque os alienígenas não estavam entendendo a correlação. Pensei… pensei… pensei… e não é que cheguei em uma conclusão bem coerente?


Inventamos essa história do Papai Noel para nossas crianças, já fazemos elas se desenvolverem com uma ideia que sabemos que é uma mentira (porque é bom criar já uma certa fantasia e desilusão nelas, né?) para que elas já cresçam meio confusas com o que é real e fantasia, porque afinal de contas como é que a gente vai enfiar a ideia de religião quando chegar a hora do catecismo? Ou do sei lá o que for sua religião? É preciso criar a ideia de algo que vai contra toda a lógica desde o começo para que a pessoa caia nessa armadilha de acreditar em algo que não faz o menor sentido.


Deus é só o Papai Noel para adultos. A gente cresce, para de acreditar no Papai Noel, e começa a acreditar em algo tão fantasioso quanto. E não pensem que é de agora não, essa história de Jesus Cristo vem de muito antes de Jesus Cristo… é… é isso mesmo que você leu.


25 de dezembro marcava antigamente o solstício de inverno, hoje ocorre no dia 21 devido a um fenômeno que alterou o eixo da Terra chamado de precessão do equinócio, esta data estava ligada a morte e ressurreição do Sol para os povos antigos do norte. Há 3500 anos, pelas crenças egípcias, nascia nesta mesma data o deus Hórus, chamado de “filho escolhido de Deus” ou de “verdade e luz”, também andava com doze discípulos e foi traído por um deles. Morreu na cruz e ressuscitou no terceiro dia. Esse Deus adora fazer uma dessas com seus filhos, né? Não deve ter sido o primeiro.


Uns 300 anos depois veio Átis que nasceu na Frígia (região da atual Turquia) de uma virgem, seu nascimento foi anunciado por uma estrela, fez uns milagres por lá, também teve uma galera andando com ele… e pasmem! Foi crucificado e adivinhem o que aconteceu no terceiro dia? Aham… Átis voltou também.


Daí a gente teve o Mítras, na antiga Pérsia (atual Irã) e só não vou repetir toda a história dele porque vai ficar muito repetitiva: nasceu 25 de dezembro, milagre, 12 parças, morte, ressurreição.


Grécia, 500AC, Dionísio: nasceu 25 de dezembro, mãe virgem, água em vinho, morte, ressurreição. Esse ainda era chamado de “rei dos reis”.


Daí vem a igreja católica e copia tudo isso dentro de uma instituição que era tão forte quanto o Estado e que controlou boa parte do mundo ocidental (e parte do oriental com o Império Bizantino) durante uma caralhada de séculos. Um conto de fadas que perdura pela humanidade até hoje, fazendo com que fiquemos estagnados em ideias tão infantis e tão estúpidas porque as pessoas tem medo de encarar a morte e assim impedem que possamos evoluir como espécie. O próprio capitalismo está atrelado a religião, sempre andaram de mãos dadas e se criou assim a sociedade de consumo que está mais ocupada em ter sei lá quantos pares de sapatos quando só tem dois pés para usá-los. Porque enquanto gastamos não temos tempo de pensar em todas essas coisas, não é mesmo? Quando ficamos felizes não pensamos em ideias que possam nos atormentar.


A raça humana é a única espécie de seres vivos do planeta que estão preocupadas em ter um propósito, o ego é tão grande que precisa acreditar que existe um sentido, quando na verdade o sentido era simplesmente viver, mas nem isso podemos fazer mais. Temos que pagar para viver nesse planeta e para isso acabamos pagando com nossas vidas.


Feliz Natal, canalhas!

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