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ME LEVE PARA LONGE - 10 ANOS!



Há dez anos atrás, em uma noite em Sorocaba na casa de meus pais eu resolvi fazer um blog de literatura que mais tarde viraria um site. Meu sobrinho, então com oito anos ficava me atrapalhando mudando o título da crônica e meio que usei isso para escrever o texto que foi publicado naquele 23 de julho de 2010 que vocês podem ler (aqui). Hoje meu sobrinho tem 18 e é bem maior que eu.


Olhando para trás é assustador ver quanta coisa mudou, quanta coisa eu vivi e o quanto não sou mais aquela pessoa de dez anos atrás. Conheci o amor, o desespero, a traição e a falta de empatia, experimentei o egoísmo e é mais amargo do que parece, encarei a morte mais vezes do que posso contar, tanto a minha como a de pessoas que amei, encontrei a guerra e a paz em sentidos literais e figurados, vivi um conto de fadas em uma ilha esmeralda, desisti de tudo, morri, reencontrei outra pessoa dentro de mim quando parei de beber como eu bebia, virei vegetariano, vivi em uma cidade com 117 habitantes onde eu acordava às 6h00 para ordenhar as cabras, depois cuidar da plantação, concertar o celeiro, limpar o estábulo e ainda sobrava tempo para ser feliz com a melhor amiga que a vida podia me dar. Morei em lugares que minha mãe ficaria desesperada, encontrei minha cara metade do outro lado do mundo no Oriente Médio. Eu andei com lobos na floresta, porra!


Quem fez tudo isso?


Apesar de todas as facadas que a vida me deu, olhando para esses dez anos eu acho que mais ganhei do que perdi. Apesar das derrotas serem pesadas, marcarem a alma para sempre.


Posso não ser um exemplo, posso chegar aos 40 anos sem estabilidade nenhuma, sentindo aquele frio na barriga quando encaro o futuro. Aquela sensação de: “O que diabos faço agora?”. Mas não vivo mais naquele apartamento minúsculo, passei pela quarentena com minha companheira em uma casa com espaço para fazermos um jardim e aproveitar a piscina. Estou terminando um livro em que trabalhei nos últimos oito anos e o futuro dele parece promissor.


Achei que seria insensível e falta de respeito simplesmente ignorar a data de hoje e não escrever nada. A verdade é que não anda me sobrando tempo para escrever para o site. O livro tem tomado todo meu tempo de escrita e de leitura.


Fiquei pensando nesses dez anos, se teria algo que eu queria mudar, na verdade tem um caminhão de coisas que eu queria mudar, não sei hipócrita. Olhando para trás dá até dó de tudo o que aquele cara vai ter que enfrentar para chegar no hoje, mas o passado é o passado, já não existe mais, assim como aquele cara.


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