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Notas Políticas


Não escrevo nada para o site faz um tempo. A culpa principal disso, obviamente, é pela correria do dia a dia, mas o romance que deve sair em Setembro tem uma grande parcela das desculpas que tenho arranjado para procrastinar tudo.


Faz um tempo que apaguei tanto o meu Twitter como o meu Facebook e senti falta de alguns textos de cunho mais político que eu publicava por lá e que gerava algumas discussões. Sempre evitei um pouco postar essas coisas aqui para separar minha literatura das minhas posições políticas.


Mas há separação?


Minha literatura não reflete minhas ideias, minha visão de mundo e minhas posições em relação a ele? Será que o momento permite que eu tente separar uma coisa da outra?


Nunca fui isentão. Quem me conhece sabe que eu sempre defendi minhas ideias no campo intelectual e fora dele, mesmo quando elas não são muito ortodoxas. Em um momento em que o congresso aprova um genocídio indígena institucionalizado, em que um ditador com complexo hitlerista mantém-se ao poder na Turquia ou em que a OTAN é responsável por uma guerra no leste europeu é impossível que eu simplesmente me cale e escreva apenas meus textos ficcionais.


A nova geração que acampa na internet de onde carpimos o mato parece ter respostas prontas para tudo, opiniões formadas sobre tudo e acima de tudo parece se recusar a discutir qualquer assunto por conta disso. Prova disso foi a passeata vergonhosa que teve aqui na Inglaterra essa semana para impedir um discurso da Kathleen Stock sobre identidade de gênero, já que ela não está alinhada com a agenda capitalista que a própria esquerda abraçou sem discussão ou debate nenhum com pessoas que estudam o tema.


Quando eu digo “esquerda”, me refiro aos partidos institucionalizados e a grande massa que trazem junto a eles. Políticos com discursos prontos com feitos muito distantes desses discursos quando em práticas com a realidade. Eu me considero de esquerda, mas muito distante de tudo isso, portanto por mais que minhas críticas sejam extensas contra um Bolsonaro, não esperem que eu faça afagos em relação ao Lula. Não acredito nessa polarização que tomou conta do Brasil, uma polarização que é só mais um dos costumes que importamos dos Estados Unidos, tão ridículo, tão longe de qualquer debate e qualquer diálogo.


A ideia dos textos que vou publicar aqui é para gerar discussão. Não necessariamente aqui, mas porque não até internamente na cabeça de quem lê? Mas o espaço para o diálogo estará sempre aberto do lado de cá (DO DIÁLOGO), não tenho paciência e nem tempo para dar atenção para haters de internet ou para quem defende neoliberalismo e nunca leu Hayek.

Eu amo literatura, de Hemingway à Dostoiévski, mas também amo estudar política que é minha área de formação. De Marx à Chomsky e chegando a Öcalan.

Não acredito que esse mundo possa ser salvo, mas se existe uma esperança, então ela está única e exclusivamente no entendimento do mundo, através do diálogo, do conhecimento e principalmente da contestação daquilo que acreditamos como verdade absoluta. Não há evolução se já tivermos todas as respostas.


Este texto não é sobre nenhum assunto específico, mas apenas para lançar esta série de textos que serão publicados toda quarta feira à noite.


"Proletários de todos os países, uni-vos."

Karl Marx

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