O MEDO
- Gustavo Campello
- 20 de nov. de 2010
- 1 min de leitura

Vitor não se sentia bem, olhava o relógio e via os minutos passarem.
TIC
TAC
Olhava para os lados e suava frio. Estava com medo.
TIC
TAC
Tentou lembrar das situações que mais o assustaram. Lembrou-se de quando tirou sangue quando era pequeno, de quando assistiu ao filme do E.T. do Spielberg, de quando se perdeu no shopping, de quebrar o braço ao cair da bicicleta, de quando brigou na escola pela primeira vez, de quando seu avô morreu, de quando Marília morreu, de quando assistiu O Iluminado, de colocar uma arma na cabeça, de vomitar sangue depois de dias bebendo, do dentista filha da puta espetando sua gengiva e do medo de perder tudo que perdeu.
TIC
TAC
O relógio não parava, pensou que podia acertá-lo com um martelo, mas o tempo ia continuar andando. Porque esse medo agora? Porque esse arrepio na espinha?
TIC
PLAF!
Pronto, o relógio tinha sido destruído, ponto para Vitor, mas o tempo continuava passando.
Vitor continuava envelhecendo, o medo continuava com ele.
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