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LINHAGEM

  • Vitor Scaglia
  • 17 de abr. de 2011
  • 2 min de leitura

Que a minha família nunca bateu bem não é novidade, venho de uma linhagem de malucos, isto nunca foi segredo, é só contar a alta taxa de suicídio ao longo do tempo. É gente se matando a torto e a direito. O que eu não sabia é que minha tataravó Catarina Scaglia era uma louca de carteirinha lá na Itália, oh sim, daquelas que apontavam e diziam: “Coitada, é louca”.


Sempre penso nos meus antepassados, onde toda essa merda começou, e cada vez que eu penso sempre vem a palavra “LOUCO” taxado em cada um deles. Imagino um tataravô do meu tataravô dançando pelado pelas ruas de Milão e as pessoas apontando para o seu pinto balançando e dando risadas e dizendo “Guarda Il Pazzo” e mais gargalhadas indo em direção a ele. Normal. Família Scaglia.


Sempre tive orgulho da minha linhagem italiana, que vem do meu pai, porém também sempre exaltei a linhagem irlandesa da minha mãe. Não tinha como eu não ser católico depois dessa mistura, porém também não tinha como eu não ser um beberrão briguento do mais alto calibre sem ela.


Os O’Donovan, nem imagino em que região viviam, mas sempre os imaginei como responsáveis pelo meu lado mais normal. O que eu vim a descobrir agora é que a porra dos O’Donovan da minha linhagem não passavam de uns leprosos. É isso aí! Enquanto meus antepassados italianos se fodiam taxados de loucos, os meus outros antepassados se fodiam mais ainda taxados de leprosos.


Que linhagem maravilhosa!


1/2 Louco + 1/2 Leproso = Inteiramente Fodido


Escrevo está crônica em homenagem aos meus antepassados malucos, mas principalmente aos meus antepassados sem pedaços do corpo. Apesar de eu nascer com uma orelha gigante, espero realmente que ela continue no lugar dela.

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