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O PEIXE ZUMBI

  • Foto do escritor: Gustavo Campello
    Gustavo Campello
  • 22 de ago. de 2010
  • 1 min de leitura

Vitor estava cansado, ainda tinha que escrever uma crônica. Tinha saído, bebido todas na casa do Jorge, mal conseguia andar, lembrou-se do seu peixe zumbi e foi olhar o aquário.

O peixe em questão era um neon, mais precisamente um tetra cardinal, já fazia quase um mês que ele não estava comendo, desde então começou a emagrecer e ficar com um jeitão meio de que estava apodrecendo, resolveu então batizá-lo de peixe zumbi. Imaginava ele a noite correndo atrás do outro peixe falando – cérebros, cérebros! – e os peixes correndo pelo aquário como num filme B.

Vitor olhou para o aquário e o peixe estava ali, morrendo, deitado nas pedras, não sentiu vontade de deitar na cama e dormir, iria ficar ali, com seu peixe zumbi até a hora que ele morresse. Era a única coisa que podia fazer. Havia limpado o aquário um dia anterior para que ele pelo menos morresse com a água limpa, não que o aquário estivesse sujo, mas gostava de manter os peixes em um ambiente saudável.

Vitor deitou-se no carpete, teve vontade de vomitar, enquanto isso o peixe zumbi tinha uns espasmos e alguns vinham para perto dele, pensando que logo ele iria virar comida.

Umas três da manhã o peixe morreu, Vitor levantou-se, tirou ele do aquário antes que fosse despedaçado pelos outros peixes e enterrou o peixe na privada. Deu descarga. Deu uma mijada. Deu descarga de novo e foi dormir.

Dias depois descobriu que seu peixe estava com tuberculose, nem imaginava que peixes podiam pegar tuberculose, só esperava que os outros continuassem bem.


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